“A política genocida do estado judeu com relação aos palestinos é equivalente à que foi praticada contra os judeus durante o regime nazista. Não aprenderam nada, a não ser a repetição das crueldades a que foram submetidos. E a ‘ordem internacional’, dominada pelo grande capital, deixa acontecer.”
Com estas palavras, o escritor Rolando Lazarte, colaborador da Revista Consciência.Net, encerra o que representam os atuais mandatários do governo genocida de Israel. Praticando o conhecido e temeroso terrorismo de Estado, que o escritor Noam Chomsky há tantos anos denuncia, o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu demonstrou algo que os EUA temem... no Irã: falta de confiança. Os EUA irão propor ao Conselho de Segurança da ONU sanções a Israel, pela falta de trust building?
A saber, a imprensa internacional relatou esta segunda-feira, dia 31 de maio: em águas internacionais, as forças israelenses atacaram de surpresa o comboio de seis navios contendo ajuda humanitária, que também transportava centenas de ativistas, com mais de dez pessoas sendo mortas.
O Relator Especial das Nações Unidas sobre a situação dos Direitos Humanos no território ocupado da Palestina, Richard Falk, um veterano funcionário da ONU, declarou que “Israel é culpado por um comportamento chocante, usando armas letais contra civis desarmados a bordo de navios que se encontravam em alto mar, onde existe liberdade de navegação, de acordo com a lei dos mares”.
Junto com o Secretário-Geral e a Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU, ele pediu uma investigação sobre o súbito ataque, observando que “é essencial que os israelenses responsáveis por este comportamento ilegal e assassino, incluindo líderes políticos que deram as ordens, sejam penalmente responsabilizados pelo seus atos equivocados”.
Um governo que não tem a maturidade para lidar com uma situação aparentemente tão simples – ativistas que se unem para romper de modo pacífico (desde quando bola de gude é arma?!?) um bloqueio que a quase totalidade dos países condenam – não tem capacidade de possuir um arsenal militar tão poderoso.
É por isso que hoje Israel – e seu maior aliado e financiador, os norte-americanos de Barack Obama – é uma das maiores ameaças do mundo para a paz mundial. Deve ser considerado um Estado terrorista, não só pelo seu potencial destruidor, como pela completa incapacidade de dialogar com o mundo.
E aqueles que apóiam tal terrorismo de Estado, de um modo ou de outro, são os mesmos que, junto com Hitler, apoiaram seu líder máximo no extermínio de minorias na Europa do século XX. São cúmplices deste Estado terrorista. Por omissão, ignorância ou ideologia. Tanto faz. O resultado é o mesmo: o nazismo reificado.
A Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, afirmou que “nada pode justificar o resultado terrível dessa operação”. Infelizmente, não é assim que pensa o último prêmio Nobel da Paz, que foi nomeado tal por causa de suas “ideias de ‘boas intenções’ para reforçar o papel da diplomacia internacional e a cooperação entre os povos”. O presidente Barack Obama – este que ganhou o prêmio máximo da “paz” – expressou, segundo nota da Casa Branca, “profunda lamentação pela perda de vidas no incidente de hoje [segunda 31] e preocupação com os feridos. O presidente também expressou a importância de conhecer todos os fatos e circunstâncias sobre o trágico evento desta manhã o mais rápido possível”. Nada de um firme repúdio ao ataque: apenas o que há de mais demagogo na diplomacia.
ALEMANHA GANHA UM PONTO COM O MUNDO
Pelo menos uma ótima notícia, nesta triste segunda-feira: o presidente alemão Horst Koehler renunciou. Para quem não ficou sabendo, Koehler – que é ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) e aliado da conservadora Angela Merkel – foi eleito em 2004 e reeleito no ano passado, mas não suportou politicamente as críticas este mês, após afirmar que um país dependente das exportações como a Alemanha às vezes precisa defender seus interesses econômicos – indo à guerra, por exemplo.
Koehler, coitado, se disse “mal interpretado”. Mas a gente relembra a fraca memória dele. Em entrevista publicada dia 20/09/2002 no jornal Herald Tribune, este mesmo cidadão alemão declarou: “Uma ação militar de curta duração contra o Iraque tem um impacto menor na economia mundial e, inclusive, poderia ter um efeito positivo, ao eliminar a incerteza que paira no mercado financeiro internacional, suscitada pela atual situação”. A declaração teve repercussão na matéria “FMI acha guerra positiva” um dia depois, no Jornal do Brasil.
Na época, a Revista Consciência.Net publicou, a respeito: “Além de reconhecimento pelo ‘bom senso’ de sempre, estes dirigentes deveriam ganhar algum tipo de prêmio neonazista de bizarrices sociológicas. Atualmente, Koehler é o presidente alemão, o que por lá não quer dizer muita coisa.” [aqui e aqui]
Portanto, nada de novo. É o mesmo Horst Koehler, um desses senhores caducos que vaga pelo mundo com muito poder e dinheiro. Poderiam perfeitamente se aposentar, prestando um grande serviço à Humanidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário